sexta-feira, 15 de março de 2013

Qual o seu receituário?

Segundo uma notícia do 'The Guardian', a partir de Maio os médicos da Inglaterra poderão prescrever determinados livros de auto-ajuda aos pacientes com diagnóstico de doença mental (depressão, obsessão, pânico, fobia, etc.). Melhorar o bem-estar das pessoas é o grande pressuposto deste projecto, que não é pioneiro – está vigente na Nova Zelândia um programa semelhante –, e vem reforçar o modelo psicoterapêutico por meio da leitura – biblioterapia.
Segundo as estatísticas a leitura, interpretação e prática de exercícios vindos nos livros de desenvolvimento pessoal resulta como uma força motriz que motivam as pessoas a ultrapassar os períodos menos coloridos das suas vidas, amenizando os transtornos emocionais e acelerando o período de resiliência.
Para já serão 30 as obras que os médicos aconselharão os pacientes a ler, como suplemento à terapêutica (medicação), e os reencaminhará às suas bibliotecas locais. Nestas, constará, tal como todas as bibliotecas inglesas, na sua base de dados e nas estantes, os livros “medicinais” – que não possuem efeitos secundários, e que além de curar os mal-estares, curam também uma maleita também ela pestilenta, a ignorância.
Qualquer dia os bibliotecários já estarão tão habituados com a “mudança” e andanças de novos leitores nos corredores, que perguntarão: Qual o seu receituário?
Duas citações – uma afirmativa e uma interrogativa – de W. Whitman: “Duma obra cultural ou literária, o que conta é se serviu ou ensinou alguma coisa ao seu leitor.” “A verdadeira pergunta a ser feita, em relação a um livro: Ajudou ele alguma alma humana?”
 
(Texto publicado na secção '5 sentidos', do Diário de Notícias da Madeira, em 15/03/2013)

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