quinta-feira, 5 de outubro de 2017

«A Autobiografia de Alice B. Toklas» finalmente é publicada - e em dose dupla - em Portugal

Não é algo muito usual no panorama editorial, mas acontece. Duas editoras portuguesas apostaram publicar A Autobiografia de Alice B. Toklas, da escritora americana Gertrude Stein (1874–1946). A Editora Ponto de Fuga fez este livro chegar às livrarias em Setembro, numa tradução que esteve a cargo de Nuno Quintas. Portanto, a primeira edição em português desta obra, a mais célebre — e lida — da escritora e poeta Gertrude Stein, é da Ponto de Fuga, que publicará também, a 13 deste mês, outro livro da autora, O Mundo é Redondo - The World is Round.

A outra edição de A Autobiografia de Alice B. Toklas, obra escrita em 1932 e publicada no ano seguinte, estará disponível nas livrarias a partir de amanhã. Este título tem o selo da Relógio D'Água e o trabalho de tradução pertence a Margarida Periquito.
Elogios da imprensa
«O livro é de e sobre uma escritora ao mesmo tempo famosa e obscura, que tem um público crescente entre os mais habilitados e de cujas obras, numa linguagem muito própria, o mundo não pode continuar alheado. […] A este testemunho de uma vivência rica, intensa e diversificada não faltam engenho e malícia»
The New York Times (1933)

«Prende o leitor com a sua informalidade, os seus ritmos compassados, humor seco e observações corrosivas»
The Sunday Times

Texto sinóptico
Em 1932, Gertrude Stein (1874-1946), propôs-se escrever, em apenas seis semanas, uma autobiografia, porventura a mais irreverente alguma vez escrita. O resultado foi este livro, publicado no ano seguinte e hoje considerado pela Modern Library uma das vinte melhores obras de não ficção em língua inglesa.
Jogando literal e literariamente com as perceções, Stein, a escritora com fama de vanguardista difícil, assume o ponto de vista e a voz da companheira, a Alice B. Toklas do título, para contar a própria história num registo enganadoramente frívolo, cândido e despojado, numa prosa acessível repleta de revelações caricatas ou indiscretas envolvendo grandes vultos das artes e letras da primeira metade do século XX (de Picasso a Matisse, de Hemingway a Pound).
A autora cumpriu assim o objetivo de criar um sucesso editorial: A Autobiografia de Alice B. Toklas, que agora conhece a sua primeira edição em português, é a obra mais célebre — e lida — de Gertrude Stein.


Texto sinóptico
Gertrude Stein era uma jovem escritora de 28 anos quando, em 1903, regressou a Paris e aí passou a residir com o seu irmão Leo.Em 1907, chegou à capital francesa Alice B. Toklas, igualmente originária de uma abastada família californiana. Conheceram-se, e Alice Toklas tornou-se assistente de Gertrude e depois sua companheira. A sua vida parisiense passava-se na Rue de Fleurus, onde aos sábados à noite recebiam escritores e pintores no salão da casa de Gertrude.Picasso era visita frequente, com a sua «risada espanhola», assim como Cézanne, Matisse, Juan Gris, Scott Fitzgerald, Apollinaire, Cocteau, Pound e Hemingway.Como diz Alice Toklas, «os génios vinham para conversar com Gertrude Stein» e «as mulheres faziam sala comigo». Este livro é de facto a autobiografia de Gertrude Stein, escrito do aparente ponto de vista de Alice Toklas, e está repleto de histórias sobre os escritores e pintores que conheceu nessa época, uma crónica dos agitados anos artísticos e literários parisienses do começo do século xx. O estilo é audacioso, cúmplice e sarcástico. Foi escrito em apenas seis semanas em 1932.

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